GRÃO DE TERRA
Neste minúsculo grão de terra
na imensidão do vasto oceano
coberto por um manto
de neblina
onde se esconde,
estás tu e estou eu.
Depois de ter passado por
cima de tudo e todos
depois de ter lutado
contra tudo e todos
depois de tudo e depois de todos,
estás tu e estou eu.
Naveguei à deriva
neste meu batel
feito de papel e tinta
contra tempestades e ventos
que teimavam em não me deixar...
chegar a ti.
As marcas estão bem visíveis no casco
tal como eu
ele também é forte e decidido.
Remei contra a maré
lutei contra as vagas
enfrentado as miragens que por mim passavam
Até que a ti amaria nessa baia calma e límpida.
Olho para ti e vejo os teus olhos.
Parecem duas lagoas sem cor
mas com um brilho reluzente
parecem agua pura e cristalina
água que me chama, que me inunda e que me afoga.
Sim porque
depois de ter passado por tudo isto
acabei por morrer.
Morri ao saber que tu
afinal não existias,
Afinal foste mais uma miragem
que uma imagem real
afinal nesse teu castelo
nem um mero pagem fui,
apenas um entre muitos
Bobos que nas noites
de folia e gozo
te faziam sorrir
com as minhas palavras mal ditas
com os meus poemas de adoração.
Que tolo eu fui
ao ter acreditado
que poderia vir a ser
um reizinho...como me chamaste,
que parvo me sinto
ao ter sentido por ti
aquilo que por mim
nem sequer te passou pela ideia.
Mas...
foi bom enquanto durou
este sentimento contraditório
esta relação sem o ser
esta adoração idolatrada
...nessa Ilha que não existe
tal como tu...
Avalon.