Melancolia matinal
Como de costume, levantei-me, tomei o meu duche matinal, e saí.
Saí pela porta fora sem nada dizer, para não acordar quem ainda está de férias.
Liguei o carro, abri a porta da garagem e o portão da casa...
os cães, como de costume, tentaram sair, mas basta pegar na mangueira da água para fugirem.
Saí a caminho do trabalho...
pus o radio a tocar...
por entre as musicas, que não liguei já que ia pensando na minha vida...na nossa vida...minha, dela e dele.
Ontem, tomei uma decisão decisiva. Nem que seja para limpar escritórios...preciso de arranjar um part-time.
Um part-time que faça com que as nossas contas não andem sempre com um tracinho à frente dos numeros.
Por brincadeira, digo que é bom...de cada vez que levanto dinheiro, fico sempre com mais...o problema é a impressora
do banco, que faz um pequeno erro, ou seja, o tal tracinho antes do numero.
O tal ginásio já era...
Agora um rent a car aos fins de semana, quem sabe?
Algo para fazer durante as noites que se aproximam...nem que sejam 4 horas...apenas.
Bem que peço a todos os santos e porque não, a pecadores, que me saia algum dinheiro no totoloto.
Não peço uma fortuna, se bem que não me importava, mas apenas o suficiente para pagar a casa.
Com isso já me sentia rico...sem o ser...(até a pedir os pobres são pobres).
Cheguei ao café e tomei o pequeno almoço enquanto lia as gordas do Jornal...que nada dizem.
O tempo está quente e húmido...transpiro por todos os poros...mas é assim o Verão.
Ligo o pc, e venho aqui, como quem abre os programas com que se vai trabalhar durante o dia.
Toda esta minha nostalgia que comigo hoje se levantou...como por milagre...esfumou-se.
Não eram uma, nem duas, nem três...
Quatro pequenas entradas neste diário nosso...
Quatro pequenas entradas, mas que me fizeram pensar...que afinal...a vida vale a pena
por pequena e mediocre que seja.
Podemos não ser ricos, monetariamente falando, mas a amizade, o amor, entre outros adjectivos voltados para este campo, são riquezas que não se pagam, que não se têm com dinheiro.
Ganham-se, conquistam-se, adquirem-se, trabalham-se...entre outros ses.
Sabes, mesmo que tenha sido...breves momentos...vale sempre a pena.
Não só pela sensação de quebrar as regras (quais?), mas pela sensação do acto em si, aquilo que nos faz sentir.
Também não penso ver-me livre de ti...nem facilmente nem dificilmente.
O facto de se ter uma mana já quer dizer tudo...nem com a separação da essência do corpo, nos vemos livres de quem gostamos REALMENTE.
A vida será um sonho, ou será que sonhamos com a vida sem a vivermos?
Tal como algumas correntes esotericas o dizem, será que passamos toda esta vida a dormir?
Será que precisamos de repensar a nossa maneira de viver e ver a vida, de modo a ficarmos acordados deste sono em que estamos envoltos?
Seremos apenas meras personagens num sono profundo, tal como no Matrix?
Talvez não, talvez sim....quem o sabe?
Mas mesmo que estejamos a dormir num sono profundo e a sonhar que estamos a viver...é bom dormir!
Se assim é...tudo isto é um sonho...
e se o for, então aguardo pelo dia em que acordarei...e espero que alguns dos meus sonhos se tornem realidade.
