Melancolia apática
Às vezes não te dá aquela sensação de frustração, de fazeres, fazeres e não veres nada feito?
Os últimos dias têm sido assim, por muito que faça, parece que não há nada feito. É montes e mais montes. Mal um desce, já outro está a subir.
É certo que tudo como deve ser é pura utopia, não é possível essa realidade mas...à dias assim.
Sinto vontade de nada fazer, apesar do muito que já foi feito desde que aqui cheguei. Olho à volta e é só caras enfadonhas e sem cor. Até a musica parece que é forçada...mas não é musica pimba.
Já é Quinta-feira e amanhã é sexta-feira...mas nem isso me alegra.
Apetece-me sair daqui e ir...não sei para onde, mas sair daqui é certo.
O ar que paira no ar é quente com cheiro a alcatifa por aspirar faz dias.
O tempo não está suficientemente bom, para se abrir a porta que dá para as traseiras...sem qualquer vista.
Tenho que ir aos correios levantar uns livros do Circulo de Leitores para o Di e deixar dois envelopes almofadados. Mais uns trocos a sair do bolso, e nem um cêntimo a entrar.
Vamos a ver se não me esqueço de registar o totoloto, por mais uma semana consecutiva, ao longo dos últimos 17 anos, se não me falha a memória. Será que vai ser desta, ou será para a semana?
Pois...ainda estou a andar de metro, autocarro ou comboio. Entrei num desses meios de transporte e ainda não saí. Vou passeando, vendo as vistas, a paisagem ao meu redor, os caminhos por onde passo...sem passar.
Talvez acabe por sair, numa paragem qualquer, numa estação em qualquer parte, familiar...espero.
Não sei se sinto falta de alguém ou de algo, aliás, não sei do que sinto falta.
Mas sinto falta de qualquer coisa...uma palavra, um carinho, uma vista, uma paisagem, um olhar...sei lá do que sinto falta.