Ontem, ao fim do dia, sem te dares conta estive no teu colo. Aninhei-me como se fosse um cachorrinho perdido, sem dono, com fome e sem abrigo.
Ontem, ao fim do dia, precisei de ti e, de apenas ouvires-me, enquanto me afagavas o couro cabeludo com os teus dedos esguios.
Afinal, por detrás do meu ar de ferro, gelado por vezes, racional quando devia ter atitudes irracionais, mas é quando mantenho a cabeça fria e penso com conta peso e medida, também quebro, também derreto. Por vezes gostava de não ser deste mundo, ser de outro qualquer, onde os sentimentos, duvidas, receios, angustias e outros que tais, não existissem...mas não sou. Sou um ser humano como tu.
As coisas não estão a ir muito bem, como sabes e, por vezes, pensamos em resolver os problemas da maneira mais fácil...para nós é certo. Mas essa maneira mais fácil é sempre a maneira mais dolorosa para quem nos rodeia e, é a pensar nessas pessoas que me faz, nessas alturas, que por muito mal que as coisas estejam, elas precisam de mim...como eu precisei dos meus e não os tive ao pé de mim.
Ontem, ao fim do dia, precisei de ti, já que aqui o que me disseram, apesar de ter aberto o Coração, que eu tinha que passar por cima disso e que tal como eu a apoiei dias atrás, também devia pensar positivamente, que isto era uma fase menos boa. Fiquei mais triste ainda, porque o que eu queria, não eram essas palavras, mas sim outras, de carinho, ternura, animo talvez.
Ontem, ao fim do dia, apesar de ter sido no silêncio da noite, contigo desabafei aquilo que me afligia...e ainda me aflige, mas não tão.
Ontem...afinal a virtualidade de sermos manos, na virtualidade do meu pensamento, foste a irmã que não tive...e gostaria de ter tido.